hoje eu decidi escrever sobre você.
estava relutando para fazer isso, pois quando a gente demonstra que precisamos conversar sobre algo, é porque esta coisa ainda nos afeta.
desisti de fingir que não me importo.
as relações cotidianas amorosas são complicadas e é tão complexo que talvez tudo o que eu exponha aqui fique confuso demais para ser entendido.
porém, também é confuso pra mim. eu também não entendo.
existiram motivos suficientes para eu querer me afastar de você, mas também a concretude do que sinto me faz querer te ter por perto.
e essa mistura de querer e não querer machuca todos os dias enquanto tento manter minha mente sã.
o meu desejo mesmo era um dia acordar e me lembrar de você sem que isso cause dor. o glorioso dia em que a lembrança do seus olhos fitando os meus não seja mais como correntes estáticas correndo em minhas veias.
não são só as lembranças que me atormentam.
o que nós poderiamos ter sido também não sai da minha cabeça. os planos que não vão mais acontecer tem um espaço reservado na parcela da culpa que eu sinto por ter desistido da gente.
queria que os dias fossem só dias, e não essa pontada no peito que me tira o ar.
mas nem tudo é dor.
porque há os momentos em que a paz invade e a certeza que eu fiz a coisa certa me faz acreditar que talvez o desejo seja realizado. pois o meu eu me basta. minha presença é o suficiente e as dores são só lembranças. e em minhas veias só corre o meu sangue. e em minha mente só existe o eu. e o ar entra e sai normalmente, sem que nada interfira o funcionamento normal da minha respiração.
há sempre o plano b.
superar é foda.
eu me importo.
mais comigo do que com você.
desisti de nós.
mas não do meu eu.